Queria ver-te agora dormindo o sono
dos justos que te cabe e assegurar-me se
sonhas comigo como contigo passo
a noite varada virada em abrigo seguro
mundo encantado onde existo a embalar-te
os passos pesados das horas vividas
dos olhos cansados da vida tolhida
cianos do norte gelado e longínquo
ainda assim o calor lhes escapa impulsivo
desejo inflamado do azul ao carmim
aturde e transborda seu âmbar em mim
ver-te em sonho ilumina toda uma vida
com o sol boreal de tua aurora aquecida
reluzindo sobre a alma em sombra jazida
AB