Nunca nada foi tão sublime
os olhos da carne distante
voltados ao cerne no instante
em que vê sua parte alheia
em outra carne a qual permeia
não há tato troca nem gosto
da carne não há combustão
do prazer da presença nada
quase senão instantes apenas
inflados de vida e o torpor do
amor mais intenso que existe
e a certeza selada por olhos do
toque invisível entre almas
habitantes do escuro da vida
onde de nada se necessita
habitantes de terra sem chão
onde não há moeda de troca
terra firme fecunda longínqua
reino prá lá da outra dimensão
AB

“mar”, acrylic and marble dust on canvas. 2006.
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