sentei, e o escuro me rodeou. aos pouco foi tomando meus pés, subindo pelas minhas pernas. o breu era tanto que se alastrava em ausência. logo já não havia pé, e pela perna vinha destituindo-a da vida. duas eram e por duas vezes o breu correu. as mãos tão frágeis nem suscitaram relutar: deixaram-no passar. pelos braços subia sem parar. e não havia mais membros. pelos olhos veio então, destituindo-os da visão. congelava o cérebro já quase sem noção. mas o que fazer sem o pensamento? Já sei: me restará o coração. foi então que entendi porque o escuro me achara ali, não sem razão: ele sabia que era presa fácil pois me deixaste o peito oco e sem ação.
autorretrato no escuro sobre história, fotografia sobre grafite sobre papel, 2015
Muito lindo
Obrigada, colega!
a solid[ão me fez companhia.
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